As aventuras de dois gatinhos vira-latas Brasileiros em terras Canadenses

Wednesday, April 22, 2015

Achei minha alma gêmea no ônibus (brinks)

Este post não será retroativo (é notícia fresquinha, de ocorrência recém-ocorrida!) porque queria dividir com vocês minhas (des)aventuras de hoje logo, que é pra depois não virem dizer que é exagero meu. Não é. Sou assim mesmo. Leiam, imaginem as cenas e tentem não rir muito da desgraça alheia (dizem que dá inferno).

Eu hoje estava num dia particularmente de "três patetas": Aqueles dias em que eu acordo com a gravidade desajustada, mais propensa (do que já normalmente sou) a esbarrar, derramar, tropeçar, deixar cair, etc, etc.

Fui de manhã fazer uma entrevista de emprego (foi bem, normal - era sentada, então não passei nenhum vexame - mas só vou saber a resposta semana que vem) e quando acabou fui passear um pouco. Home Depot - Tudo caro. London Drugs - Tudo caro. Canadian Tire - Tudo caro. Até que entrei numa Dollar Tree (tipo uma 1,99) e nesse momento meu destino estava traçado. A loja inteira, qualquer coisa, QUAL-QUER-COI-SA, por $1.25.

Ok, vou querer sim, por favor. Um de cada, por favor. DE TUDO! :O

Surtei, comprei uma caçambada de coisas e só gastei 40 dólares! E digo uma coisa: Só não comprei mais porque estava mega apertada e a loja não tinha banheiro (deram mole, perderam mais $7.50 de bobeira! Huahuahua).

Safra do dia! Tudo isso por apenas 40 dólares!

Eu aguentei até estar quase explodinho, e no caminho do caixa ainda peguei mais umas coisas, hahaha (capitalismo feelings). Aí fui correndo (com minhas 5 sacolas de porcarias e mais um balde gigante azul turquesa que não cabia em nenhuma sacola) pro Tim Nortons (cafeteria canadense concorrência do Starbucks) do outro lado da rua pra usar o ladies room.

Só que a calça que eu escolhi pra usar hoje (bonita, sofisticada, com cara de "vou te contratar na hora") por alguma razão muito obscura, tem uma porrada de botões, por dentro, por fora, pelo avesso, por trás do zíper (verdade, o estilista devia ser fissurado por botões), de um lado, depois do outro. É um inferno, e não faz a menor diferença: Tanto até que normalmente eu nem abotoo todos os botões, só os dois da frente e pronto. Mas hoje, não sei se eu precisava daquela "abotoada" de confiança a mais pra entrevista de emprego, mas inventei de apertar todos os benditos botões. Aí no que eu estava me desvencilhando das 400 abotoaduras, e quicando e dançando pra tentar disfarçar a vontade, de algum jeito consegui enganchar o brinco na echarpe, de um jeito que eu não tinha por onde puxar de volta. A essa altura eu não sabia se tentava vencer o brinco ou os botões da calça, ainda pulando e espalhando cada vez mais meus cacarecos pelo chão, então acabei fazendo xixi com o pescoço todo repuxado pro lado, olhando pro teto (ainda bem que não sou menino e não preciso "mirar").

Bom, aí eu, minha echarpe rasgada, minha orelha machucada, minhas 5 sacolas e meu balde gigante azul turquesa fomos pegar o ônibus de volta pra casa. Esbarrei em metade das pessoas tentando entrar e pagar a passagem (ainda não estou com o passe de ônibus) mas lá consegui entrar (I'm sorry, Ooops, sorry, Excuse me, Sorry). Maaaaassss, aí eu encontrei uma pessoa quase tão atrapalhada quanto eu (minha alma gêmea, hahaha). Um homem ali-baboso, com aqueles turbantes maneiríssimos enormes, me pisou por trás enquanto eu andava e eu perdi um sapato no meio do ônibus. Ele pediu desculpas, ficamos os dois rindo (eu descalça) e aí começou o episódio de chaves: Nós dois abaixávamos juntos (eu quase tomava uma turbantada na cabeça) pra pegar o sapato, ninguém pegava, nós dois levantávamos juntos, ríamos sem graça, abaixávamos juntos de novo, and so on. Até que numa dessas abaixa-levanta-estica-e-puxa, eu (ainda com as 5 sacolas na mão) consegui enganchar uns cabides de arame que estavam espichando pra fora do saco nas costas do meu casaco, e não conseguia tirar de jeito nenhum (ficava rodando que nem cachorro atrás do rabo). O habibi aproveitou a oportunidade pra pegar o sapato e aí, nesse exato momento, o ônibus deu uma guinada (freiada, sei lá) e vôou o homem prum lado, o sapato pro final do ônibus e eu caí sentada (milagrosamente livre do gancho nas costas) num dos bancos. Mas nesse balancê (iê-iê-iê-iê), acertei com o balde gigante azul turqesa na cara de uma perua chinesa de cabelos ruivos que estava no banco ao lado (quase arrancando os cílios postiços dela). Bom, eventualmente o senhor turbante-atrapalhado conseguiu se recompor e me trazer meu sapato de volta, enquanto eu me desmanchava em desculpas pra uma chinesa piscante com cara de estúpida.



Sancho provavelmente sentindo o cheiro do Sr. Turbante.

Essa foi a saga do dia. Mas chegamos todos vivos e bem em casa, eu, as sacolas e o balde gigante. Depois conto o resultado da entrevista de emprego.

Beijos estabanados!

9 comments:

  1. Joana, espero que você esteja mal informada, pois se der realmente inferno, já estou garantido.... Mas não deu pra segurar, lendo e imaginando cada cena descrita.... Beijos e better luck next time!!!!

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    1. Até eu ri, então nos vemos lá (onde quer que seja, hahaha)

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  2. Joana, espero que você esteja mal informada, pois se der realmente inferno, já estou garantido.... Mas não deu pra segurar, lendo e imaginando cada cena descrita.... Beijos e better luck next time!!!!

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  3. HAHAHAHHAHAHAHA, eu não consigo parar de rir com esse relato, Jojo's, me identifico! Já bati em muitas pessoas no ônibus e até caí sentada no colo de uma senhora...tamo juntaaa

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    1. Que bom! Bem vinda ao time! Vamos tacar o terror nos ônibus de Vancouver.

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  4. Antológico. Se alguém estiver c'a mosca e má disposição, é só ler isto.
    Brilhante

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  5. Gravidade desajustada é o que melhor descreve esse estado do

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